Primeiros Esforços e Inseminação Artificial (Século XIX)
A inseminação artificial é uma das primeiras técnicas de reprodução assistida a ser desenvolvida. No final do século XIX, o médico britânico John Hunter foi um dos primeiros a realizar a inseminação artificial ao inserir o sêmen diretamente no útero. Com o avanço da ciência, esse método foi temporariamente abandonado, porém cabe ressaltar que foi essencial para a abertura de caminhos para futuras técnicas de reprodução assistida e ainda hoje encontra seu espaço no mundo da reprodução.
Fertilização In Vitro (FIV) – O Ponto de Virada (1978)
O verdadeiro marco na história da reprodução humana assistida ocorreu em 1978 com o nascimento de Louise Brown, o primeiro bebê concebido por fertilização in vitro (FIV). Este procedimento, realizado por Robert Edwards e Patrick Steptoe no Reino Unido, envolveu a coleta de óvulos da mulher, sua fertilização com espermatozoide em laboratório e a posterior transferência do embrião para o útero. A FIV revolucionou as opções de tratamento para infertilidade, permitindo a concepção em casos onde outras intervenções falharam.
E no Brasil?
O primeiro bebê de proveta brasileiro nasceu em 7 de outubro de 1984, em São José dos Pinhais, Paraná. Este marco na medicina reprodutiva no Brasil e na América Latina foi possível graças ao trabalho dos médicos José Aristodemo Pinotti, Rui de Almeida Magalhães e Nilson Donadio.
O nascimento de Anna Paula Caldeira Antonini representou um avanço significativo para a ciência médica no país, colocando o Brasil na vanguarda das técnicas de reprodução humana assistida.
O procedimento foi realizado na Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), que se tornou um centro de referência em reprodução assistida na América Latina. A história de Anna Paula foi um símbolo de esperança para casais com dificuldades para conceber, abrindo caminho para a popularização das técnicas de fertilização in vitro (FIV) no Brasil.
Mais alguns marcos históricos
1985 foi um ano decisivo no tratamento do fator masculino, onde homens com azoospermia obstrutiva vislumbraram a possibilidade de gerar filhos através da aspiração de espermatozóides do epidídimo.
Este também foi o ano da primeira gestação por útero de substituição, nos Estados Unidos.
Pouco mais de cinco anos depois de Louise, em 1984, um grupo australiano registrou o primeiro nascimento após transferência de embrião congelado.
Nesse mesmo ano, foi anunciado o primeiro nascimento resultante de FIV com óvulos criopreservados. E, ao final da década, o primeiro caso de biópsia embrionária para diagnóstico genético pré-implantacional (PGD) através da amplificação do DNA.
Em 1992, tivemos o primeiro bebê concebido através de ICSI, na Bélgica.
Por: Beatriz Rodrigues Herdy e Fátima Maria Eusébio de Brito