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Retículo endoplasmático
02 / 07 / 2014

É formado por canais delimitados por membranas. Esses canais comunicam-se com o envoltório nuclear (carioteca). Ele pode ser considerado uma rede de distribuição, levando material de que a célula necessita de um ponto qualquer até seu ponto de utilização. O retículo endoplasmático, portanto, tem função de transporte servindo como canal de comunicação entre o núcleo e o citoplasma.
Reconhecem-se dois tipos de retículo endoplasmático: liso e rugoso.

  • Retículo endoplasmático liso (REL): também chamado de agranular, é formado por sistemas de túbulos cilíndricos e sem ribossomos aderidos à membrana. A membrana do REL é contínua com a do retículo rugoso, embora exista diferença entre as moléculas que constituem essas duas variedades de membrana. O REL participa de diversos processos funcionais de acordo com o tipo de célula. Por exemplo, nas células que produzem esteroides, como as da glândula adrenal, ele ocupa grande parte do citoplasma e contém alguma das enzimas necessárias para a síntese destes hormônios. O REL é abundante também nas células do fígado, onde é responsável pelos processos de conjugação, oxidação e metilação, das quais as células lançam mão para inativar certos hormônios e neutralizar substâncias nocivas e tóxicas, como os barbitúricos e várias outras drogas (fármacos).

Outra função importante do REL é a síntese de fosfolipídios para todas as membranas celulares. As moléculas de fosfolipídios são transferidas para outras membranas, por meio de vesículas que se destacam e são movidas por proteínas motoras, ao longo dos microtúbulos, por comunicação direta com o retículo endoplasmático rugoso; e por meio das proteínas transportadoras de fosfolipídios.

Graças à enzima glicose-6-fosfatase, presente em suas membranas, o REL, participa da hidrólise do glicogênio, produzindo glicose para o metabolismo energético. Essa enzima também é encontrada no retículo endoplasmático rugoso, mostrando que essas duas organelas embora diferentes, têm alguns aspectos funcionais em comum.

Nas células musculares estriadas, o retículo endoplasmático liso recebe o nome de retículo sarcoplasmático e toma parte no processo de contração muscular. Esta forma especializada do retículo é capaz de acumular e liberar íons cálcio, o que regula a contração muscular.

  • Retículo endoplasmático rugoso (RER): é formado por sistemas de túbulos achatados e ribossomos aderidos à membrana, o que lhe confere aspecto granular. Tem como função segregar do citosol proteínas destinadas à exportação, ou para uso intracelular em organelas como os lisossomos, por exemplo. Outras funções são: a glicosilação inicial das glicoproteínas, síntese de fosfolipídios, a montagem de moléculas protéicas com múltiplas cadeias polipeptídicas e a proteólise da sequência de aminoácidos, que é o sinal para a introdução das proteínas nas cisternas do retículo endoplasmático.

Toda a síntese de proteínas começa com polirribossomos livres no citosol. O RNAm das proteínas destinadas à segregação no retículo endoplasmático contém uma sequência adicional de suas bases na sua extremidade 5 que codifica uma sequência de 20-25 aminoácidos, quase todos hidrofóbicos, chamada sequência sinal. Quando penetra na cisterna do retículo endoplasmático rugoso, a sequência sinal é removida por uma enzima específica, a peptidase do sinal, localizada na superfície interna da membrana do retículo. A tradução da proteína continua, seguida pelas modificações que ocorrem no interior das cisternas, como hidroxilações, glicosilações, sulfatações e fosforilações. Essas modificações continuam no complexo de Golgi, até o seu endereçamento pelas vesículas secretoriais.

O retículo endoplasmático rugoso é também chamado de ergastoplasma, palavra originada do grego ergozomai, que significa “elaborar, sintetizar”. Esse tipo de retículo é muito desenvolvido em células com função secretora. É o caso, por exemplo, das células do pâncreas, que secretam enzimas digestivas, e também o caso das células caliciformes da parede do intestino, que secretam muco. Em suma, o RER apresenta funções de aumentar à superfície interna a célula, o que amplia o campo de atividade das enzimas, facilitando a ocorrência de reações químicas necessárias ao metabolismo celular, síntese de proteínas (sua principal função) e armazenamento. Graças ao ribossomo aderido às suas membranas, ele atua na produção de certas proteínas celulares, como o colágeno, que é uma proteína produzida pelo RER do fibroblasto.

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